segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

E DEPOIS DO EURECA?


O INOVADOR PRECISA DE PERSISTÊNCIA – E APOIO

Inovação (Foto: Getty Images)
A invenção do forno de micro-ondas teria sido um súbito lampejo do engenheiro Percy Spencer. Já a saga inteira do bruxinho Harry Potter, reza a lenda, foi esboçada pela autora J.K. Rowling durante uma viagem de trem. São histórias acalentadas no imaginário popular – todo mundo adora um “momento eureca”. No entanto, diz o professor Leonard A. Schlesinger, do Babson College, nos Estados Unidos, isso é enganoso. “Lançar um novo produto é espetacularmente difícil.” A própria J.K. Rowling foi recusada por 12 editoras antes de encontrar quem a publicasse. Em artigo na revista Strategic Directions, Schlesinger diz que o inovador não é um ás dos 100 metros rasos, e sim um corredor de fundo. Na Clorox, Mary Jo Cook e Suzanne Sengelmann, vice-presidentes da divisão de lavanderia e limpeza, penaram até conseguir lançar a linha de produtos naturais Green Works. A maior parte dos executivos da empresa achava que um produto verde não geraria receitas significativas nem ajudaria a realçar a marca mãe. O projeto consumiu uma década. Quase foi cancelado no estágio inicial, após resultados desapontadores. Lançada em 2008, a Green Works tornou-se uma marca forte da Clorox.

De acordo com Baba Shiv, professor da Universidade Stanford, o jogo da inovação, além de longo, é sinuoso e requer habilidade política. “Busque aliados”, diz ele no artigo The Art of the Imperfect Pitch (“A arte da proposta imperfeita”). O melhor aliado é o profissional “inconformista”. Só alguém assim vai apoiar o inovador. J.K. Rowling encontrou o seu inconformista no editor Nigel Newton, fundador da casa de livros Bloomsbury, criada em 1986. Sem ele, Harry Potter poderia estar até hoje trancado na casa dos tios.

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