FHC lamenta racha tucano e não descarta fusão com DEM
"'Convicção'. FHC e a oposicionista venezuelana Maria Corina"
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu ontem que 'existem propostas' em andamento para a fusão entre o PSDB e o DEM, mas acrescentou que não sabe 'qual a tendência, se vai ou não ser feita' essa fusão. Foi o primeiro dirigente importante, entre os tucanos, a tocar no assunto sem descartar automaticamente a ideia.
A frase foi dita durante debate realizado no Instituto FHC sobre a situação política na Venezuela, da qual participaram vários líderes da oposição ao governo Hugo Chávez.
As propostas sobre fusão, segundo o ex-presidente, têm 'aspectos delicados'. Para ele, 'mais importante é manter a coesão dos partidos'. A propósito, considerou 'lamentável' a saída do secretário Walter Feldman do PSDB e fez um 'apelo à unidade' entre os oposicionistas. 'Ninguém pode pregar a democracia se não a praticar internamente', disse ainda. Condenou o que chama de 'falta de aceitação da diversidade' (na oposição) e afirmou: 'Divergências entre pessoas são normais, o que não é normal é a ruptura'.
'É lamentável a saída de qualquer pessoa, sobretudo uma pessoa importante', avaliou, sem mencionar nomes. 'Dentro de um partido é preciso se aprender a conviver com a diversidade, tem de haver pluralidade interna'. E repetiu seu apelo à união: 'Faço até um apelo ao partido: temos de nos esforçar para continuar unidos'.
Deu como exemplo o grupo de palestrantes venezuelanos, entre os quais a deputada Maria Corina Machado. 'Me surpreendeu a convicção deles', observou. Sobre as relações de seu governo com Hugo Chávez, afirmou que 'poderia ter sido um pouco mais efetivo'. Mas lembrou que Chávez 'era mais manso' na época. / COLABOROU GUILHERME RUSSO